A varejista de moda chinesa Shein anunciou nesta quinta-feira (20) que vai começar a fabricar suas roupas no Brasil, em um investimento que pode gerar uma incrível marca de 100 mil empregos em três anos. As informações foram confirmadas pela apuração do NDM.
A expectativa inicial, é que a Shein deve investir cerca R$ 750 milhões para fornecer tecnologias e treinamento a fabricantes têxteis brasileiros. O anúncio acontece em meio a pressão de concorrentes locais e do governo para que as empresas chinesas paguem os mesmos impostos que as brasileiras.
Mas sobretudo à decisão vem após a visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, onde se encontrou com seu homologo, o presidente chinês Xi Jinping. Além de autoridades de governo, o encontro reuniu centenas de empresários de lado a lado.
Plano foi Antecipado por Haddad
O plano de produção local havia sido antecipado mais cedo pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), após se reunir com representantes da Shein.
"Uma coisa para nós muito importante também é que vejam o Brasil não só apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção", afirmou o ministro. Em documento enviado ao governo brasileiro, a companhia indicou a intenção de investir os R$ 750 milhões.
O investimento inicial vai treinar fabricantes brasileiros para adequarem seus modelos ao da Shein, de venda sob demanda. Ou seja, a varejista só fabrica o que vende, sem estoques.
"Isto permitirá aos produtores locais gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício e diminuir o excesso de estoque", afirma comunicado da varejista.
O Foco da Shein no Brasil
O principal objetivo da Shein é tornar o Brasil um competitivo e moderno "polo de produção têxtil e de exportação para a América Latina". Para isso, a varejista chinesa pretende fazer parcerias com 2 mil fabricantes locais.
No material à imprensa, um de seus fornecedores, a fabricante têxtil Naif, dá um depoimento, afirmando que desde o começo do contrato com a chinesa, teve "um crescimento de 120%".
Comunicado da Empresa
"O Brasil é um mercado importante para nós, e estamos comprometidos em continuar a apoiar o crescimento econômico e o sucesso da Shein por todo o País", afirma Felipe Feistler, gerente geral da empresa no Brasil no comunicado.